Poeticamente Falando
Quando escrevo solto o meu Pensamento
é a ideia que surge por casualidade
como se fosse produto de espontaneidade
e assim brota fluentemente um chamamento.
Tal como uma chama que dá luz
apodera-se de mim uma agitação
incontrolável enquanto fogo de paixão
e assim a obra cresce e se reproduz.
As Palavras assemelham-se a meros punhais
que dilaceram sentimentos e emoções
despertam conflitos e agravam tensões
quando depois de proferidas são letais.
Por vezes é necessário seleccionar
separar bem aquilo que deve ser transmissível
omitindo dessa forma o menos plausível
porque a sua função é simultaneamente informar e formar.
Escrever altera-nos significativamente
os nossos impulsos fervilham
os sentidos vibram e gravitam
despontando o prazer e a alegria apaixonadamente.
Dar a conhecer as diferentes preocupações
revelar o outro lado misterioso
salientar o ponto de vista ardiloso
é sem dúvida a maior dádiva de qualquer das lições.
Tudo é objecto de análise e de reflexão
já que nada pode escapar ao campo visual
contar, meditar, ponderar e divulgar só o virtual
para que a Verdade, incerteza e virtude orientem a Razão.
A escrita é para ser compreendida
infelizmente a maioria guarda-se na gaveta
proliferando a falta de pachorra para tanta treta
voltando costas ao autor que cria, opina e denuncia.
A Opinião é um verdadeiro chamariz
porque tudo pode e deve ser esgravatado
o desconhecido, o oculto, terá de ser verificado
para que o Público se torne o ideal aprendiz.
Se as Palavras tivessem o poder das armas
o Mundo concebido seria bem diferente
escutava-se, ouvia-se e ponderava-se sabiamente
porque todo aquele que não sente é filho de fracas damas.