Servir

Pouco a pouco sinto-me vacilar
reconheço que a minha presença tem um objectivo
estou aqui para concretizar um motivo
é tudo isso que me faz criar, auxiliar e incentivar.

Seria bonito se a Humanidade assim julgasse
tal como era agradável darmos as mãos
poder sorrir, brincar despreocupadamente como irmãos
afinal nada poderia impedir que tal abortasse.

Infelizmente a realidade é bem dura
julgamos as pessoas pelas etnias
já não existe lugar para as empatias
porque a boa vontade gera amargura.

Teremos a capacidade para julgar
quando na Verdade o nosso exemplo não é o melhor testemunho
seria conveniente olharmos para o espelho e saltar o muro
aí sim poderíamos reflectir, ponderar e analisar.

Em boa verdade quer queiramos ou não somos seres
comunicamos, ouvimos, escutamos e sentimos
observamos, saboreamos, falamos e discutimos
reconhecendo os nossos humores, pareceres e prazeres.

Reflectindo, pensando e escrevendo
poderei dizer que o altruísmo e a moral já não existem
e por essa razão o vazio impele-me para a contemplação da Paisagem
porque bem no fundo de mim mesmo sinto que vou desfalecendo.

Bonitas ideias não enchem barriga
se ficam apenas registadas num simples papel
ganham força, coragem e ousadia se o sabor equiparar-se a mel
assim tornam-se trampolim de acesso a alegria, fé e sabedoria.

As Palavras saem como forma de protesto
cada um de nós tem a sua missão
dar protecção e guarida ao pobre irmão
desse modo ganha entusiasmo e força o manifesto.

Servir é a realização do Ser Humano
colocar os seus dons ou talentos a render
não importa onde ou quando irão florescer
o ideal é a libertação descontinuamente do mundano.

Concluindo o Pensamento
se cada um de nós utilizar as suas capacidades
Tudo modificará ao nível das qualidades e potencialidades
pairando no ar a imagem fidedigna do real contentamento.