Trivialidades

Escuto a música
ela me encanta
e desencanta
por causa da sua acústica.

Desencanta a sua falta de originalidade
porque o barulho apenas se salienta
e o absurdo só se comenta
partindo de uma falta de criatividade.

O comentário é imprevisível
já que a crítica não perdoa
pois a lírica não entoa
e a sonoridade não é admissível.

Parto para o desconhecido
a aventura sempre me fascina
diabrura me apoquenta e alucina
face ao universo não conhecido.

A alucinação nos persegue
sendo o Mundo um foco de acção
enquanto pólo de animação
que nos reúne e congregue.

Animação que é desejada
face à Vida como trivialidade
constituindo meramente uma banalidade
reinação que continuamente é almejada.

Banalidade que vai subsistindo
já que assim se revela e destaca
preocupa-se e se aplaca
no meio da futilidade persistindo.

Olho e vejo o amanhecer
espreguiçando o corpo bocejo
suspiro com ânimo e solto um beijo
querendo perpetuar o alvorecer.

Beijo para com o próximo
por o dia ser de caridade
aparecendo a Amizade como raridade
trejeito para o ócio.

Os amigos nem todos são para as ocasiões
podendo ser mais colegas que amigos
finalizando que a camaradagem e a amizade são escolhidos

como ponte de acesso a acções e difíceis decisões.